Greve na UniverCidade continua; estudantes querem conversar com ministro Mercadante. O deputado Robson Leite (PT-RJ), na qualidade de r...
Greve na UniverCidade continua; estudantes querem conversar com ministro Mercadante.
O deputado Robson Leite (PT-RJ), na qualidade de representante da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), moverá uma ação civil pública contra o grupo Galileo Educacional – que administra a Universidade Gama Filho (UGF) e o Centro Universitário da Cidade (UniverCidade) –, na Justiça Federal, por volta do meio-dia desta quinta-feira (21/3), de acordo com o jornal “O Globo”.
A ação se deve aos problemas enfrentados pela comunidade acadêmica, que vai desde atrasos salariais ao fato de os alunos estarem sem aulas, como também a crise que afeta especialmente o curso de Medicina da Gama Filho, porque desde junho de 2011 o convênio entre a universidade e a Santa Casa da Misericórdia não estaria sendo pago. Com isso, prejudicando as aulas práticas. A abertura do processo judicial será acompanhada por uma caminhada de estudantes, professores e representações sindicais, que querem testemunhar o feito no órgão situado à Avenida Rio Branco, n° 243, Cinelândia, no centro.
Sabe-se que, o deputado petista é o relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga supostas irregularidades nas instituições de ensino privadas (IES) fluminenses. O documento, que está sendo elaborado junto com o presidente da Comissão, deputado Paulo Ramos (PDT-RJ), poderá estar pronto no início do próximo mês, já que eles suspenderam as audiências por 30 dias nesse intuito. Os parlamentares buscam uma intervenção do Ministério da Educação (MEC) nas duas IES. O grupo gestor poderá ser processado por supostos crimes de: apropriação indébita, por descontar encargos trabalhistas e não repassá-los às entidades de direito, tais como Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), sindicatos etc; formação de quadrilha, quando é cometido por mais de três pessoas; e estelionato, por continuar recebendo as mensalidades e não oferecer o serviço prestado.
A greve continua...
Para os docentes da UniverCidade, em assembleia na noite desta quarta-feira (20), no sindicato da categoria (Sinpro-Rio), a coisa vai além do que seus patrões poderiam ser processados. Eles falaram em ‘estelionato educacional’, e divisão de salários, o que estaria sendo considerado uma ‘discriminação’. Neste último, porque dividiram a ordem de pagamentos: quem ganhasse até R$ 4.500 recebeu na última terça-feira (19), e os que recebem valores superiores, até 2 de abril.
“Então, quem ganha mais e se dedica mais tempo à instituição vai ficar mais um mês sem dinheiro, e quem dedica menos tempo já recebeu???”, indagou um professor ante a plenária.
“Primeiro, [o grupo Galileo Educacional] tem que ser processado por trabalho escravo”, sustentou outro professor.
“Ao invés de usar ‘UniverCidade’, deveria se chamar ‘PerverCidade’!!!”, exclamou um educador, que foi interrompido por outro: “Com S ou com C?”
Ainda durante a assembleia, os presentes afirmaram que aos poucos a UniverCidade supostamente estaria ‘acabando’, já que os certos cursos estariam sendo migrados para a UGF, como os de Biologia Ambiental e Enfermagem, por exemplo. A categoria enxerga isso por duas vertentes: uma a de fechar de vez o centro universitário, outra por tentar forçar uma suposta fusão entre as duas IES. Vale lembrar que, a união de ambas não foi aprovada pelo MEC até o momento. A mesma estava prevista para acontecer em janeiro do ano passado, mas não aconteceu. A época coincide com a entrada do ministro Aloizio Mercadante em substituição a Fernando Haddad.
Os professores das duas IES estão em greve desde o dia 11 deste mês, por não terem recebido por completo os salários de janeiro e fevereiro deste ano. Somente nesta terça-feira (19), que os mesmos receberam apenas a primeira metade dos dois meses cada. Mas, isso só beneficiou até R$ 4.500. Pelos planos da mantenedora, eles só receberiam a segunda metade desses meses em agosto e setembro próximos, respectivamente, o que foi rechaçado por unanimidade.
A greve dos docentes do centro universitário e do Colégio Cidade foi prorrogada pelo menos até às 18h da próxima terça-feira (26), quando ocorrerá outro evento semelhante.
E como OPINÓLOGO já tinha adiantado ontem (20), a greve dos professores da Gama Filho também continua até às 15h da próxima segunda-feira (25), quando haverá nova assembleia.
Crise também no quadro administrativo
A programação de pagamentos para o quadro administrativo das duas IES só teria sido “misericordiosa” para quem recebesse até R$ 1.300. Pelo menos os que integram a UGF já estão em greve desde a última sexta-feira passada (15). Já os da UniverCidade também poderão aderir ao movimento, mas vai depender do andar da carruagem...
Eventos
A Associação dos Docentes da UGF (ADGF) terá uma reunião com a direção da mantenedora, na tarde desta quinta-feira (21), para discutir a atual situação.
Já às 18h também desta quinta-feira (21), os discentes da UniverCidade farão uma assembleia na unidade Gonçalves Dias, no centro, e cogitam a possibilidade de decretar greve estudantil, repetindo o feito dos colegas da Gama Filho, na última segunda-feira (18). Por meio dessa interrupção, eles querem ‘congelar’ o calendário de aulas, para que os que não estão indo, não sejam prejudicados, visto que alguns docentes ainda poderiam estar furando a greve e realizando a lista de presença.
Sabe-se também que, os professores de ambas IES estariam organizando uma espécie de ‘Aula Magna’ em frente à sede do grupo Galileo Educacional, às 10h30 da próxima terça-feira (26).
Em Brasília...
Como também foi contado por OPINÓLOGO, quatro estudantes do curso de Medicina da Gama Filho foram a Brasília para formalizar uma denúncia contra a instituição. Os mesmos compareceram a uma audiência da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (20), e depois o presidente do Centro Acadêmico Albert Sabin de Medicina da UGF (Camed), Rafael Iwamoto, teve uma reunião com o assessor do ministro Aloizio Mercadante, Leandro Cerqueira, que contou com a presença do presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Daniel Iliescu. O assessor teria dito que o MEC estava “sensibilizado” com a situação da universidade, e que seria complicado tirar a autoridade da mantenedora, uma vez que a regulação das IES privadas não daria autonomia do órgão.
A Câmara dos Deputados protocolou um pedido de audiência com o ministro Mercadante, para que fosse realizada no próximo dia 3 de abril, a fim de discutir a questão.
A crise nas IES também foi comentada pelo deputado federal Anthony Garotinho (PR-RJ), quem disse que os problemas teriam sido criados por uma ‘má gestão’. “Alguma coisa obscura, alguma coisa estranha está havendo na administração da Gama Filho. Algo de nebuloso que até agora não veio à tona. Se não há nada de errado, por que a universidade não abre o diálogo com os estudantes? (...)”, manifestou.
Vídeo: TV Câmara / Blog do Garotinho / You Tube / Reprodução
Os estudantes do Camed ainda foram à Federação Nacional dos Médicos (Fenam) para tratar do assunto. Esta entidade pretende promover uma audiência pública, que vai abordar a facilitação da entrada de médicos estrangeiros ao Brasil, número de vagas na Medicina, entre outras coisas.
Os discentes buscam uma possível intervenção do Ministério nas duas instituições de ensino. E também preparam uma manifestação na capital federal, já recolhendo grana para o aluguel de pelo menos dois ônibus.
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