UGF: professores aceitam nova proposta de pagamento do grupo Galileo Educacional, mas só terminam a greve se receberem

Informação atualizada em 25/03/2013, às 22h58 Aula Magna programada para acontecer em frente à sede da mantenedora foi transferida para o c...

Informação atualizada em 25/03/2013, às 22h58

Aula Magna programada para acontecer em frente à sede da mantenedora foi transferida para o campus da Piedade; as aulas poderão começar dia 8 de abril.

Os professores da Universidade Gama Filho (UGF), no Rio de Janeiro, não jogam pra perder: em assembleia ocorrida na tarde desta segunda-feira (25/3), no campus da Piedade, eles aceitaram a nova proposta salarial do grupo Galileo Educacional. Mas concordaram em só terminar a greve se a mantenedora cumprir os primeiros depósitos agendados para os dias 2 e 5 de abril próximos. Com isso, as aulas voltariam ao normal no próximo dia 8 do mesmo mês, numa segunda-feira.

Pela proposta, seriam pagos 50 por cento do salário de janeiro mais 70 por cento do salário de fevereiro no dia 2/4. E no dia 5, 70 por cento do salário de março. “Ao invés de reter 3 salários em 7 meses, serão retidos 1,3 salários em 7 meses”, acrescentou a Associação dos Docentes da Gama Filho (ADGF). E no 5° dia útil de maio, os professores receberiam 80 por cento de abril, e o salário de maio seria pago em 100 por cento a partir de junho em cada 5° dia útil com “recomposições das perdas, incluindo férias a partir de julho até o final de 2013”. Um terço das férias de 2011 seria pago em junho junto com o pagamento de maio mais a segunda metade do salário de janeiro deste ano; enquanto o das férias de 2012, no 5° dia útil de agosto com o pagamento de julho e os 30 por cento restantes do salário de fevereiro; e o das férias de 2013, em setembro, com o pagamento de agosto, o que inclui os 30 por cento restantes de março; já no pagamento de outubro referente a setembro, adiciona-se os 20 por cento restantes de abril; e se tudo der certo, o 13° salário seria pago em sua totalidade no próximo dia 20 de dezembro, não em duas parcelas (30/11 e 20/12) como costuma ser. Na proposta, a mantenedora propôs a criação de uma comissão para acompanhar os pagamentos e assumiu o compromisso de não demitir ninguém até o final do ano letivo. Quanto a esse último aspecto, é importante ficar bastante atento, uma vez que a empresa teria firmado na Justiça Trabalhista que não haveria demissão em massa no fim do ano passado, tendo surpreendido a todos logo em seguida ao despedir 122 profissionais.

Antes, a proposta era só pagar a cada mês 50 por cento dos salários até agosto. E só depois disso, pagamento integral e os outros 50 por cento do primeiro semestre seriam pagos no decorrer dos meses com previsão de término em janeiro de 2014, sendo então rejeitada.

A decisão dos grevistas foi comemorada pelo sindicato da categoria (Sinpro-Rio), que disse ao OPINÓLOGO que a “luta precisa continuar, e que não era o momento de os professores se deixarem levar por novas promessas”, visto que outras [de pagamento] não foram cumpridas em determinadas ocasiões.

A próxima assembleia acontecerá às 18h do próximo dia 5 de abril.

Mudança de local de evento

Uma Aula Magna marcada para amanhã (26) com ponto de encontro em frente à unidade Candelária, da UGF, com caminhada até a sede do grupo gestor, na Rua Sete de Setembro, a alguns quarteirões, foi transferida para o campus da Piedade, para o mesmo horário, a partir das 10h da manhã.

Mais do que uma feliz coincidência, os organizadores do protesto querem aproveitar a presença de representantes do Ministério da Educação (MEC), que farão uma vistoria no que se refere ao curso de Medicina, e exaltar os problemas que a instituição de ensino enfrenta. Sabe-se também que, os alunos desse curso queriam adiar o evento, porque terão no mesmo dia uma reunião com representantes da gestora e não queriam que a mesma fosse cancelada pela desculpa da manifestação.

Mas, o protesto organizado pelo Diretório Central Estudantil da UniverCidade (DCE-UC), para às 18h desta quarta-feira (27), continua confirmado. O mesmo acontecerá em frente ao prédio do grupo controlador.

Associação de pais

A situação caótica na UGF serviu para unir os pais de alunos, que decidiram, no último sábado (23), durante assembleia no Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro (SinMed RJ), criar uma associação para defender os interesses dos filhos. A comissão ainda está sendo composta.

E na UniverCidade???...

Só a partir das 18h de amanhã (26), é que se poderá conhecer a decisão dos docentes da UniverCidade no que diz respeito à greve e à proposta. Eles votarão os temas em assembleia no Sinpro-Rio, na Rua Pedro Lessa, n° 35 – 2° andar –, no centro.

Ação judicial

Imagem: Marcela Baptista / Assessoria do
deputado Robson Leite / Cedida ao OPINÓLOGO

Deputado Robson Leite assinando
o protocolo da ação judicial

Na quinta-feira passada (21), os deputados Paulo Ramos (PDT-RJ) e Robson Leite (PT-RJ) protocolaram na Justiça Federal (foto) uma ação civil pública contra o grupo Galileo Educacional, para pedir que o MEC faça uma intervenção na mesma. O processo está na 14ª Vara Federal. Ambos são presidente e relator, respectivamente, da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), que investiga supostas irregularidades em instituições de ensino superior (IES) privadas. O feito foi marcado por uma manifestação dos alunos das duas instituições, que fecharam por mais de uma hora três das cinco pistas da Avenida Rio Branco, na altura da Cinelândia.

Sobre a greve dos professores

Hoje (25), a greve nas duas IES completa duas semanas. A mesma começou no último dia 11 de março, e se prosseguir realmente até o dia 8, terá duração de quase um mês.

Greve dos funcionários administrativos continua

Sabe-se que a greve dos funcionários administrativos da UGF e da UniverCidade, com início nos dias 15 e 21 de março, respectivamente, continua. “Apesar dos administradores dizerem que efetuaram o pagamento dos salários atrasados de 97% dos empregados, a assembleia constatou que a maioria dos pagamentos estão errados. Trabalhadores que tiraram férias não receberam seus direitos, entre outras irregularidades. A Galileo, que se mantém intransigente, também não informa quem são os 3% que não teriam recebido, fazendo crer que este número pode ser bem maior. Os trabalhadores manterão a greve para que os pagamentos sejam feitos corretamente e para que a Galileo aceite negociar os dias parados e comprometa-se em não retaliar a categoria”, disse em nota o sindicato da categoria (SAAE-RJ).

Até o presente momento, não se sabe qual proposta foi ofertada a esses profissionais. A próxima assembleia ocorrerá às 14h da próxima terça-feira (26).

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