Quarta-feira, 08 de março de 2017 Informação atualizada em 08/03/2017, às 8h34 Imagem: Departamento de Estado dos EUA / Copiada da Wikip...
Quarta-feira, 08 de março de 2017
Informação atualizada em 08/03/2017, às 8h34
Informação atualizada em 08/03/2017, às 8h34
Imagem: Departamento de Estado dos EUA /
Copiada da Wikipédia / Reprodução /
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Ela precisa óculos com grau maior, mas para enxergar a realidade |
“Hoje devemos dizer, lamentando muito, o Brasil é uma vergonha mundial. Todos os dias seus políticos estão envolvidos em um escândalo, depois que fizeram um golpe de Estado contra Dilma Rousseff”, declarou.
“Se não for seu presidente, será algum de seus ministros ou congressistas. Isso é um concerto de corrupção, mas eles não se importam, porque a direita imperialista os estende um tapete vermelho”, atacou a chanceler.
As críticas podem ser justificadas pelo fato de a Venezuela ter sido suspensa, em dezembro passado, do Mercado Comum do Sul (Mercosul) – bloco que inclui Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai –, por conta das supostas violações de direitos humanos registradas contra a imprensa, a ativistas e políticos opositores ao regime.
Parcialmente, ela tem razão: o Brasil é, sim, uma vergonha mundial. No ranking que mede a percepção sobre a corrupção no mundo em 2016, entre os 176 países analisados, o gigante sul-americano ficou na 79ª colocação, enquanto a Venezuela, na 166ª posição. No índice disponibilizado pela ONG Transparência Internacional, a Venezuela é mais corrupta que o Brasil. Entre as nações americanas é a mais corrupta também.
Mas, a diplomata bolivariana está errada em atribuir isso somente ao governo do presidente Michel Temer (PMDB-SP). O país já era assim durante os governos petistas de Luiz Inácio Lula da Silva (PT-SP) e de Dilma Rousseff (PT-RS). Que os digam o Mensalão e a Lava-Jato, os dois maiores casos de corrupção dos últimos 13 anos. De fato, vários políticos peemedebistas são citados em delações premiadas e/ou investigados como supostos beneficiários de propinas oriundas de empreiteiras investigadas no Petrolão.
Mas, a diplomata bolivariana está errada em atribuir isso somente ao governo do presidente Michel Temer (PMDB-SP). O país já era assim durante os governos petistas de Luiz Inácio Lula da Silva (PT-SP) e de Dilma Rousseff (PT-RS). Que os digam o Mensalão e a Lava-Jato, os dois maiores casos de corrupção dos últimos 13 anos. De fato, vários políticos peemedebistas são citados em delações premiadas e/ou investigados como supostos beneficiários de propinas oriundas de empreiteiras investigadas no Petrolão.
Embora Dilma Rousseff bata no peito, dizendo que foi em seu governo que a Polícia Federal mais pôde investigar o esquema de roubalheira na Petrobras, consta na delação premiada do ex-petista Delcídio Amaral – cujo mandato de senador foi cassado – de que tanto ela quanto seu ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo, supostamente, tentaram obstruir as investigações, ao indicar um ministro para o Superior Tribunal de Justiça (STJ), contanto que votasse favorável à soltura de dois réus da Lava-Jato.
Não tem moral
Um velho ditado diz que quem tem ‘telhado de vidro’ não pode tacar pedra no do vizinho. O atual vice-presidente da Venezuela, Tareck El Aissami, é investigado nos Estados Unidos por supostos nexo com o narcotráfico e por responsabilidade na venda e emissão indistinta de passaportes e vistos venezuelanos a cidadãos do Oriente Médio que podem custar milhares de dólares, de acordo com a ‘CNN en Español’. A reportagem publicada pela emissora norte-americana, no mês passado, e que mostrava que entre os beneficiários estariam integrantes do grupo terrorista Hezbollah, fez com que o governo venezuelano a censurasse e cortasse seu sinal nos canais a cabo do país.
O ex-presidente da Assembleia Nacional, o parlamento, deputado Diosdado Cabello, considerado o número dois no chavismo, também é investigado nos Estados Unidos pelo suposto crime de associação a carteis de drogas.
A eleição presidencial de 2013 é suspeita de ter sido fraudada. De acordo com o jornalista espanhol Emili Blasco, os chavistas teriam implantado mais de 1,8 milhão de votos falsos nas urnas eletrônicas, para lograr a vitória do presidente Nicolás Maduro, afilhado político de Chávez.
O governo venezuelano nega todas as acusações e as atribui a uma suposta perseguição ‘imperialista’ por parte dos Estados Unidos. Talvez algum dia, quando os órgãos ligados à justiça voltar a ser considerados isentos e imparciais para promover investigações e julgar os casos, se descubra quem falava a verdade.
A campanha de 2012 de Hugo Chávez é suspeita de ter recebido doação de caixa dois da Odebrecht. Isso motivou o parlamento, hoje comandado pela oposição, a querer investigar supostas irregularidades em contratos do governo com empresas brasileiras.
Até a publicação desta reportagem, não se sabia de nenhuma resposta por parte do Itamaraty a respeito das declarações da chanceler Delcy Rodríguez. Inclusive, ela atacou seu novo homólogo brasileiro, ministro Aloysio Nunes (PSDB-SP), que durante seu discurso de posse, nessa terça-feira (7), se referiu à ‘escalada autoritária do governo venezuelano’.
“O novo chanceler do Brasil, Aloysio Nunes, começou com ‘mau pé’ suas funções, atacando a Venezuela. Eu lhe enviarei o ABC da diplomacia”, postou nas redes sociais Rodríguez, quem não pôde substituir ‘mau pé’ por ‘pé esquerdo’, já que o chavismo é um regime de tal direção.
Apenas para deixar claro: esta reportagem não está, de nenhum modo, defendendo o governo brasileiro, porque o mesmo é indefensável. E também não vale a pena entrar no mérito da crise financeira culminada pelo chavismo, que vai desde a escassez de alimentos, ao papel higiênico e a medicamentos.
Data oficial da morte de Chávez
A data oficial da morte de Hugo Chávez é de 5 de março de 2013. No entanto, para o ex-embaixador do Panamá Guillermo Cochez, ele teria falecido entre dezembro de 2012 e o início de 2013, e que os governos cubano e venezuelano teriam, supostamente, escondido o fato.
Em dezembro de 2012, pouco depois de ter sido reeleito, Chávez viajou para Havana, para continuar seu tratamento contra o câncer na região pélvica. Em fevereiro de 2013, ele retornou de madrugada ao país, e ficou internado num hospital militar. Depois que o diplomata panamenho cogitou na imprensa a possibilidade de ele estar morto, não levou uma semana para que o chavismo anunciasse o óbito.
Durante esse período, sua única aparição pública aconteceu no mês anterior à sua morte, numa foto ao lado de duas filhas e com um exemplar atual do jornal cubano ‘Granma’.
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