Terça-feira, 20 de janeiro de 2015 Imagem: Divulgação Exemplo de postagem compartilhada nas redes sociais Ainda está dando o que f...
Terça-feira, 20 de janeiro de 2015
Imagem: Divulgação
Exemplo de postagem compartilhada nas redes sociais |
A verdade é que muitos desses brasileiros que exaltam a punição, em especial a pena de morte, não conseguiriam sobreviver naquele país por um ano, quiçá por um mês ou dois, no máximo. De maioria muçulmana, a Indonésia tem legislação paradoxal aos costumes daqui. No país cuja religião está anos atrás à Idade Média, nada de cervejinha no fim de semana ou sexta-feira à noite com os amigos, nem cigarro. Álcool e drogas são extremamente proibidos. Em nações islâmicas, as mulheres são cidadãs de segunda classe: além de terem de andar com um véu, são obrigadas a ser submissas e não têm direito sobre si próprias. Em muitas dessas nações, não podem dirigir. Para quem não gosta muito de rezar ou não tem costume de ir à igreja, seria uma tortura ter de rezar cinco vezes ao dia ou, por exemplo, aderir ao Ramadã. Essa prática consiste em fazer jejum durante o dia ao longo de um mês, só podendo se alimentar após o pôr do sol ou antes deste nascer. O islã é uma doutrina que se intromete literalmente na vida de seus cidadãos. A História prova que religião e política não podem caminhar juntas, mas elas insistem...
Nada de namorar em público, ficar de biquíni ou bermudão na praia. Muitas vezes, os noivos só se conhecem no dia do casamento. Não há romantismo ou romanticismo. O matrimônio parece ser uma espécie de negócio, no qual se paga um dote pela donzela como quem compra uma mercadoria. O islamismo não permite experiências nem múltiplos relacionamentos amorosos, com exceção da poligamia que beneficia os homens. Seus adeptos desconhecem a palavra 'pegação'. No máximo, a subentendem como uma promiscuidade dos ocidentais. Traição costuma ser punida com apedrejamento. Geralmente, a mulher é considerada a culpada.
Ademais, a pedofilia é consentida por lei, mascarada em casamento. Faça uma busca na internet, e Você, leitor(a), encontrará relatos de meninas com 10 a 15 anos que foram forçadas a se casar, muitas vezes com velhotes. Basta menstruar para estar pronta para ser dona de casa. Você pode até dizer que aqui muitas adolescentes engravidam em tenra idade, porém isso é um descuido ou uma escolha. Lá, não!!!
Ademais, a pedofilia é consentida por lei, mascarada em casamento. Faça uma busca na internet, e Você, leitor(a), encontrará relatos de meninas com 10 a 15 anos que foram forçadas a se casar, muitas vezes com velhotes. Basta menstruar para estar pronta para ser dona de casa. Você pode até dizer que aqui muitas adolescentes engravidam em tenra idade, porém isso é um descuido ou uma escolha. Lá, não!!!
Lá, também não existe união homoafetiva ou coisa que a valha. Nem marcha das 'vadias' ou qualquer outro ato que exalte o feminismo.
Em países islâmicos, ladrões têm a mão amputada como castigo. Sem generalizar, será que sobraria alguém com duas mãos aqui??? O que é roubar?: Assaltar? Furtar? Sonegar impostos? Desviar dinheiro público?
Enfim, a liberdade que Você tem aqui, não teria lá. A começar por seguir ou não a religião, tampouco questioná-la. Você pode até dizer que álcool e drogas fazem mal e concordar com certas práticas nessas nações. Mas, não é os outros quem têm que escolher por Você, tampouco se o indivíduo pode ou não se relacionar antes do casamento. Além disso, o fato de se ter leis mais duras, ou injustas, não quer dizer que crimes não sejam cometidos.
Antes de continuar, é preciso enfatizar que o objetivo aqui não é demonizar nenhuma religião, e, sim, apontar o choque de realidade entre mundos distintos e ignorados.
A questão aqui não é defender o brasileiro executado. Até porque ele era um traficante de drogas, não um herói, lembrou a ex-ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República Maria do Rosário, atualmente deputada federal (PT). Talvez tenha sido a coisa mais sensata que ela disse nos últimos tempos. Quando se entra na terra dos outros, deve-se respeitar as leis e seus costumes. E quem não o faz, paga. Marco Archer pagou sua pena, mesmo assim, não teve uma segunda chance.
Na sexta-feira passada (16), a presidente Dilma Rousseff havia conversado com seu homólogo indonésio, Joko Widodo, para pedir clemência pela vida de Marco Archer e do brasileiro Rodrigo Muxfeldt Gularte, de 42 anos. Este último também aguarda sua sentença de morte por crime similar. De nada adiantou o apelo, o que fez com o Itamaraty chamasse para consultas o embaixador brasileiro na Indonésia. Em linguagem diplomática, significa que um governo reprova as ações de outro. Em nota, a mandatária lamentou a execução de Archer:
“A presidenta Dilma Rousseff tomou conhecimento – consternada e indignada – da execução do brasileiro Marco Archer ocorrida hoje às 15:31 horário de Brasília na Indonésia.
Sem desconhecer a gravidade dos crimes que levaram à condenação de Archer e respeitando a soberania e o sistema jurídico indonésio, a Presidenta dirigiu pessoalmente, na sexta-feira última, apelo humanitário ao seu homólogo Joko Widodo, para que fosse concedida clemência ao réu, como prevê a legislação daquele país.
A Presidenta Dilma lamenta profundamente que esse derradeiro pedido, que se seguiu a tantos outros feitos nos últimos anos, não tenha encontrado acolhida por parte do Chefe de Estado da Indonésia, tanto no contato telefônico como na carta enviada, posteriormente, por Widodo.
O recurso à pena de morte, que a sociedade mundial crescentemente condena, afeta gravemente as relações entre nossos países.
Nesta hora, a Presidenta Dilma dirige uma palavra de pesar e conforto à família enlutada.
O Embaixador do Brasil em Jacarta está sendo chamado a Brasília para consultas”.
No último fim de semana, seis pessoas foram executadas com tiro na Indonésia, entre eles um holandês, cujo governo seguiu o gesto diplomático brasileiro.
O Brasil 'consternado' com morte de compatriota na Indonésia não é o mesmo que se indigna com os homicídios diários dentro de casa
De uma maneira incrível, o Brasil 'consternado' com a morte de um criminoso no exterior não é o mesmo que chora com os homicídios diários dentro de casa. Em 2012, 56.337 pessoas foram assassinadas, uma média diária de 154 óbitos, conforme reportagem da 'EBC' com base no Mapa da Violência 2014. Negros e pardos são as maiores vítimas.
No entanto, a estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) é de que a quantidade de homicídios em 2012 no país tenha ultrapassado os 64 mil, o que colocaria o Brasil em maior número absoluto, segundo o 'Estadão'. A cifra oficial é de mais de pouco mais de 47 mil.
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