Informação atualizada em 11/04/2013, às 11h15 A segunda greve dos docentes do Centro Universitário da Cidade (UniverCidade) – desde que p...
Informação atualizada em 11/04/2013, às 11h15
A segunda greve dos docentes do Centro Universitário da Cidade (UniverCidade) – desde que passou a ser administrado pelo grupo Galileo Educacional – completa um mês, nesta quinta-feira (11/4). A mesma teve início no dia 11 do mês passado e não teve adesão de 100 por cento da categoria.
A segunda greve dos docentes do Centro Universitário da Cidade (UniverCidade) – desde que passou a ser administrado pelo grupo Galileo Educacional – completa um mês, nesta quinta-feira (11/4). A mesma teve início no dia 11 do mês passado e não teve adesão de 100 por cento da categoria.
A primeira teve início oficial no dia 14 de abril de 2012, tendo sido encerrado no dia 23 de maio, com duração de mais de 40 dias entre greve e paralisação.
Reuniões
Sabe-se que, essa greve tem se estendido não só pelos atrasos salariais, mas também pelas dificuldades de negociação entre empregados e patrão. Na última segunda-feira (8), por exemplo, houve uma reunião entre o professor de Radiojornalismo Sidnei Amaral – como membro da comissão de docentes – e um dos reitores, Wanderley Cantieri. Já ontem (10), o encontro teve mais gente: da parte dos educadores, representantes do sindicato da categoria (Sinpro-Rio), o presidente Wanderley Quedo e os diretores Afonso Celso e Viviane Siqueira, e representando os colegas de profissão, novamente, Sidnei Amaral. E pela parte gestora: o presidente Alex Porto, o diretor financeiro, Samuel Dionizio, a diretora jurídica, Jocelane Oliveira, além de demais membros da direção/reitoria, Wanderley Cantieri e Marcelo Guimarães. Essas duas conversações aparentam passos importantes que foram tomados, na tentativa de se solucionar essa crise.
Nesse último encontro, a mantenedora teria dito que seu objetivo era reestruturar a UniverCidade, reafirmando isso através da nomeação de novos reitores, que foi feita na sexta-feira passada (5). Os docentes destacaram o desejo de que seja garantida uma estabilidade aos mesmos até junho de 2014. Contudo, o grupo educacional teria se comprometido a não fazer nenhuma demissão “imotivada” até 31 de dezembro deste ano. Assim como já está em processo de início na Universidade Gama Filho – do mesmo conglomerado empresarial –, haverá também uma espécie de comissão paritária formada por representantes de ambos os lados, para acompanhar o cumprimento do Termo de Compromisso sugerido pela gestora. Quanto à reposição de perdas salariais dos salários de janeiro a abril deste 2013, uma exigência dos docentes, o grupo Galileo Educacional ficou de dar uma resposta até o início da tarde de hoje (11).
“Em relação ao comunicado [em relação à UniverCidade] enviado na quarta-feira [10], afirmando sobre o fim da greve, a diretoria garantiu que esta informação não partiu da direção, dizendo, inclusive, que tal comunicado só causaria um prejuízo maior na situação, uma vez que os alunos perderiam tempo em comparecer às unidades. Portanto, está mais do que ratificado que continuamos em greve até sexta-feira (12/4), quando haverá a próxima Assembléia, às 18h, na Sede do Sinpro-rio”, disse a comissão de professores em nota. Daí, será colocada em votação a continuidade ou encerramento da greve.
Apesar das alegações da mantenedora nessa segunda reunião, nem todos os docentes têm confiança em tais palavras. Um professor do centro universitário, cujo nome será preservado, decidiu contatar o OPINÓLOGO para expressar sua opinião a respeito desses acontecimentos:
“Todos estão cansados e não acreditam no fim da crise. Todos que têm alguma noção. Se as pessoas tiverem condições de fazer uma análise geral, vão perceber que a UniverCidade não é prioridade da Galileo. E nisso eles têm todo o direito. Se pagarem tudo o que é devido, qualquer empresa pode encaminhar seus negócios como melhor lhe convier. (...) Essa coisa de pedir estabilidade até 2014 não vai adiantar, pois outras promessas feitas já não foram cumpridas. Estão misturando os canais!!!”
Ao que parece, estaria marcada uma suposta reunião na tarde desta quinta-feira (11), na sede do grupo Galileo Educacional, com representantes da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, do Sindicato dos Professores do Município do Rio de Janeiro e Região (Sinpro-Rio), do Sindicato dos Médicos do Estado do Rio de Janeiro (SinMed RJ), da União Nacional dos Estudantes (UNE), da União Estadual dos Estudantes do Rio de Janeiro (UEE-RJ), do Centro Acadêmico Albert Sabin de Medicina da UGF (Camed) e da Associação de Pais e Alunos da Gama Filho. Essas entidades reivindicam a intervenção do Ministério da Educação (MEC) nas duas instituições de ensino superior (IES). Sabe-se também que, deputados federais teriam tentado marcar um encontro com a cúpula da mantenedora para a última segunda-feira (8), porém por falta de confirmação, o mesmo não teria acontecido, deixando inicialmente os discentes frustrados.
Um professor do centro universitário, cujo nome será preservado, decidiu contatar o OPINÓLOGO para expressar sua opinião a respeito dos últimos acontecimentos:
“Todos estão cansados e não acreditam no fim da crise. Todos que têm alguma noção. Mas não é, de repente, querendo cobrar o que – obviamente – não vai ser pago, que vai se chegar a algum lugar. Especialmente se as pessoas tiverem condições de fazer uma análise geral e notarem que a UniverCidade, de fato, não é prioridade da Galileo. E nisso eles têm todo o direito. Se pagarem tudo o que é devido, qualquer empresa pode encaminhar seus negócios como melhor lhe convier. (...) Essa coisa de pedir estabilidade até 2014 não vai adiantar. Estão misturando os canais!!!”
Manifestação
Os estudantes da UniverCidade agendaram, para às 18h desta quinta-feira (11), mais um protesto em frente à sede do grupo gestor, no centro do Rio.
Na UGF
Como muitos já sabem, as aulas na Universidade Gama Filho reiniciaram ontem (10), depois que os professores finalmente conseguiram comprovar o recebimento por todos da grana prometida pela mantenedora (para o dia 2/4, a primeira metade do salário de janeiro mais 70 por cento do de fevereiro; e para o dia 5/4, mais 70 por cento de março). Com isso, encerrando a greve que durou 30 dias. O calendário acadêmico já começou a ser refeito, conforme destacado, abaixo, pela associação docente (ADGF):
“(...) Uma proposta foi apresentada pela Coordenadoria Acadêmica, recebendo várias opiniões dos estudantes e dos docentes, que verificaram a dificuldade de grandes alterações, dada as necessidades legais, e o caso específico dos alunos da área de Saúde, que se formam em 2013.1 e tem o direito de não prestar o Enade [Exame Nacional de Desempenho de Estudantes], para que o ano letivo precisaria ser concluído dentro de prazo apropriado. Ainda assim, pequenas modificações foram feitas e toda a modificação dos procedimentos acadêmicos necessários ou estarão publicados no próprio Calendário, ou serão publicada por meio de Edital.
O calendário será publicado pela Reitoria, ad referendum do CEP, com datas que vão desde 10 de abril até 3 de agosto, para 2013.1; e 12 de agosto a 19 de dezembro para 2013.2. Ou seja, os 30 dias de greve serão recompostos pelos dias de julho e agosto, e por 17 minutos semanais de acréscimos por crédito (que serão devidamente compostos por meio de negociações entre estudantes, coordenações de curso e docentes) (...)”.
No quadro administrativo
Ontem (10), a Secretária de Regulação e Supervisão do Ensino Superior (Seres) – vinculada ao MEC – enviou ofício ao Sindicato dos Auxiliares da Administração Escolar do Estado do Rio de Janeiro (SAAE-RJ), solicitando uma reunião em Brasília, para discutir a crise que também afeta o quadro administrativo das duas IES. A data ainda será marcada.
Essa entidade sindical marcou uma nova assembleia para às 13h da próxima segunda-feira (15), na UGF, no campus da Piedade, para deliberar a possibilidade de nova greve. O evento seria para discutir sobre o não recebimento do salário de março até o momento, do vale-transporte do mês de abril, do não pagamento de férias ‘já gozadas’, além do não recolhimento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, publicou o blog “Professor Brasileiro”. Uma recente nota do grupo Galileo Educacional afirmava que o pagamento dessa categoria estaria previsto para a próxima terça-feira (16).
Vale recordar que, os funcionários administrativos das duas IES já estiveram em greve este ano, tendo sido encerrada na última segunda-feira (8). Na UGF, começou no dia 15 de março, enquanto na UniverCidade, no dia 21 daquele mesmo mês. Caso o administrativo do centro universitário decida parar de novo, será a terceira vez em menos de um ano, uma vez que a primeira dessa categoria, desde que passou a fazer parte da Galileo Educacional, foi em maio passado.
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