Presidente da emissora recebeu prêmio jornalístico de liberdade de imprensa O presidente do canal de TV venezuelano “Globovisión”, Guiller...
Presidente da emissora recebeu prêmio jornalístico de liberdade de imprensa
O presidente do canal de TV venezuelano “Globovisión”, Guillermo Zuloaga, ganhou o prêmio SIP 2010 de Excelência em Jornalismo, na categoria liberdade de imprensa, da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), nesta terça-feira, 20 de julho.
Zuloaga e o filho que tem o mesmo nome estão foragidos da justiça desde o dia 11 do mês passado, quando um Tribunal de Justiça de Caracas havia emitido um mandado de prisão. O presidente do canal, que também possui uma concessionária de automóveis, é acusado pelo Ministério Público por suposto crime de usura e especulação financeira, por guardar cerca de 20 carros em lugares indevidos e depois vendê-los a preços mais caros. Inclusive, o Ministério da Justiça solicitou ajuda à Interpol (Polícia Internacional, sigla em inglês) para capturar os empresários.
A “Globovisión” tem sido vítima das autoridades locais, já que é a única emissora contrária ao governo que resiste às pressões: entre 2009 e 2010 foi ameaçada pelo menos quatro vezes de ter a licença de transmissão cassada, segundo o canal.
No dia 3 de agosto do ano passado, a emissora foi atacada por um grupo de simpatizantes de Chávez. Na ocasião, pelo menos duas pessoas ficaram feridas e um uma funcionária que estava grávida desmaiou. O ato foi condenado por vários órgãos de direitos humanos, entre eles a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH).
Em junho deste ano, o Banco Federal, que tinha como presidente um dos sócios da “Globovisión”, Nelson Mezerhane, sofreu intervenção do governo que alegou supostas irregularidades e falta de liquidez.
A rixa entre Chávez e Zuloaga aumentou depois que o canal exibiu no mês passado várias matérias em que denunciavam o suposto desperdício de alimentos e medicamentos com validades vencidas e mantidos em condições irregulares pelo governo.
E, para piorar a situação da “Globovisión”, o líder venezuelano informou nesta terça-feira (20) que poderia indicar um representante para a junta diretiva do canal, com base nos 20 por cento das ações de Mezerhane que foram confiscadas. Em nota, a emissora disse ser impossível, já que os membros da junta são decididos em assembleia e para isso seria necessário mais de 55 por cento de voto do capital social.
A SIP informou estar preocupada com as liberdades sociais e individuais na Venezuela, na última sexta-feira (16). No dia 21 de junho de 2009 representantes do governo venezuelano tinham discutido na Organização dos Estados Americanos (OEA) denúncias de supostas violações de direitos humanos e liberdade de expressão no país.
No ano passado as autoridades tentaram aprovar uma lei de delitos midiáticos, que proibia, por exemplo, que os meios de comunicação divulgassem propagandas em favor da propriedade privada ou algo que “perturbasse” a ordem social. Isto ia contra o governo, já que fazia campanha pela nacionalização.
O prêmio a Guillermo Zuloaga é mais do que merecido, pois ele não está defendendo apenas a própria empresa, e sim uma janela de informação à sociedade, no intuito de se conservar a pluralidade de pensamentos. Quanto mais a sua empresa sofre, mais forte fica, já que tem recebido o apoio da comunidade internacional.
Infelizmente, não se vê muitos governos “democráticos” opinarem sobre a crise na emissora. Provavelmente, o cenário que tomou conta de Honduras em junho do ano passado foi uma distração.
E, não é só a “Globovisión” que tem problemas em seu próprio país: a RCTV foi outra vítima: em 2007, perdeu a concessão em TV aberta e recentemente teve a grade de programação do canal internacional proibida no país, porque segundo a Comissão Nacional de Telecomunicações (CONATEL), a maior parte da programação da emissora era nacional e não se enquadrava na lei de comunicações.
No início do mês passado, o presidente Chávez tinha pedido ao Ministério Público que investigasse o site de notícias “Noticiero Digital”, por suposta incitação ao golpe de estado e violentar a ordem constitucional, de acordo com a ONG Repórteres sem Fronteiras (RSF).
No final deste mês fará um ano que cerca de 34 emissoras de rádio desapareceram no país. Algumas, porque já estavam com as licenças vencidas, outras pelo falecimento dos proprietários.
Sem dúvidas, a criação da Organização dos Estados Latino-americanos (OEL), apresentada oficialmente em fevereiro deste ano, no México, durante a Cúpula América Latina e Caribe (CALC) poderia facilitar ainda mais a omissão dos líderes da região no que diz respeito à liberdade de expressão, já que o objetivo é não ter a presença dos Estados Unidos e do Canadá. De certo modo, o novo bloco poderia competir com a OEA, levando-se em conta que a maioria dos países-membros estaria na nova instituição, e certos governos não sofreriam intromissão em suas políticas “neodemocráticas”.
O presidente do canal de TV venezuelano “Globovisión”, Guillermo Zuloaga, ganhou o prêmio SIP 2010 de Excelência em Jornalismo, na categoria liberdade de imprensa, da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), nesta terça-feira, 20 de julho.
Zuloaga e o filho que tem o mesmo nome estão foragidos da justiça desde o dia 11 do mês passado, quando um Tribunal de Justiça de Caracas havia emitido um mandado de prisão. O presidente do canal, que também possui uma concessionária de automóveis, é acusado pelo Ministério Público por suposto crime de usura e especulação financeira, por guardar cerca de 20 carros em lugares indevidos e depois vendê-los a preços mais caros. Inclusive, o Ministério da Justiça solicitou ajuda à Interpol (Polícia Internacional, sigla em inglês) para capturar os empresários.
A “Globovisión” tem sido vítima das autoridades locais, já que é a única emissora contrária ao governo que resiste às pressões: entre 2009 e 2010 foi ameaçada pelo menos quatro vezes de ter a licença de transmissão cassada, segundo o canal.
No dia 3 de agosto do ano passado, a emissora foi atacada por um grupo de simpatizantes de Chávez. Na ocasião, pelo menos duas pessoas ficaram feridas e um uma funcionária que estava grávida desmaiou. O ato foi condenado por vários órgãos de direitos humanos, entre eles a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH).
Em junho deste ano, o Banco Federal, que tinha como presidente um dos sócios da “Globovisión”, Nelson Mezerhane, sofreu intervenção do governo que alegou supostas irregularidades e falta de liquidez.
A rixa entre Chávez e Zuloaga aumentou depois que o canal exibiu no mês passado várias matérias em que denunciavam o suposto desperdício de alimentos e medicamentos com validades vencidas e mantidos em condições irregulares pelo governo.
E, para piorar a situação da “Globovisión”, o líder venezuelano informou nesta terça-feira (20) que poderia indicar um representante para a junta diretiva do canal, com base nos 20 por cento das ações de Mezerhane que foram confiscadas. Em nota, a emissora disse ser impossível, já que os membros da junta são decididos em assembleia e para isso seria necessário mais de 55 por cento de voto do capital social.
A SIP informou estar preocupada com as liberdades sociais e individuais na Venezuela, na última sexta-feira (16). No dia 21 de junho de 2009 representantes do governo venezuelano tinham discutido na Organização dos Estados Americanos (OEA) denúncias de supostas violações de direitos humanos e liberdade de expressão no país.
No ano passado as autoridades tentaram aprovar uma lei de delitos midiáticos, que proibia, por exemplo, que os meios de comunicação divulgassem propagandas em favor da propriedade privada ou algo que “perturbasse” a ordem social. Isto ia contra o governo, já que fazia campanha pela nacionalização.
O prêmio a Guillermo Zuloaga é mais do que merecido, pois ele não está defendendo apenas a própria empresa, e sim uma janela de informação à sociedade, no intuito de se conservar a pluralidade de pensamentos. Quanto mais a sua empresa sofre, mais forte fica, já que tem recebido o apoio da comunidade internacional.
Infelizmente, não se vê muitos governos “democráticos” opinarem sobre a crise na emissora. Provavelmente, o cenário que tomou conta de Honduras em junho do ano passado foi uma distração.
E, não é só a “Globovisión” que tem problemas em seu próprio país: a RCTV foi outra vítima: em 2007, perdeu a concessão em TV aberta e recentemente teve a grade de programação do canal internacional proibida no país, porque segundo a Comissão Nacional de Telecomunicações (CONATEL), a maior parte da programação da emissora era nacional e não se enquadrava na lei de comunicações.
No início do mês passado, o presidente Chávez tinha pedido ao Ministério Público que investigasse o site de notícias “Noticiero Digital”, por suposta incitação ao golpe de estado e violentar a ordem constitucional, de acordo com a ONG Repórteres sem Fronteiras (RSF).
No final deste mês fará um ano que cerca de 34 emissoras de rádio desapareceram no país. Algumas, porque já estavam com as licenças vencidas, outras pelo falecimento dos proprietários.
Sem dúvidas, a criação da Organização dos Estados Latino-americanos (OEL), apresentada oficialmente em fevereiro deste ano, no México, durante a Cúpula América Latina e Caribe (CALC) poderia facilitar ainda mais a omissão dos líderes da região no que diz respeito à liberdade de expressão, já que o objetivo é não ter a presença dos Estados Unidos e do Canadá. De certo modo, o novo bloco poderia competir com a OEA, levando-se em conta que a maioria dos países-membros estaria na nova instituição, e certos governos não sofreriam intromissão em suas políticas “neodemocráticas”.
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