Terça-feira, 17 de janeiro de 2017 Espírito Santo iniciará campanha de vacinação contra a doença Imagem: Fiocruz Amazônia / Reproduç...
Terça-feira, 17 de janeiro de 2017
Espírito Santo iniciará campanha de vacinação contra a doença
Imagem: Fiocruz Amazônia / Reprodução
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Entende-se como ‘casos prováveis’ aqueles que tiveram confirmação por reagentes. Contudo, as autoridades locais salientam para a necessidade de uma investigação mais profunda para confirmar a doença, desde exames hematológicos a análise do cartão de vacinação dos pacientes.
O município de Ladainha, na região de Teófilo Otoni, registrou oito mortes, maior número até então, seguido de Piedade de Caratinga, na região de Coronel Fabriciano, com quatro óbitos. As demais vítimas fatais são de: Ipanema, Imbé de Minas, Malacacheta, Ubaporanga, São Sebastião do Maranhão, Itambacuri, Poté e Setubinha.
Ladainha é a cidade com maiores suspeitas da doença, com 36 pessoas. Já Caratinga e Piedade de Caratinga aparecem com 23 e 12 casos suspeitos, respectivamente.
Até o momento, as notificações de casos suspeitos de febre amarela afetam 26 dos 853 municípios mineiros. Até o início da semana passada, Minas Gerais registrava 23 casos suspeitos e 14 óbitos, em 15 municípios.
Por conta do rápido aumento nos casos suspeitos da doença, o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT-MG), decretou situação de emergência em saúde pública, na última sexta-feira (13), nas seguintes regiões: Coronel Fabriciano, Governador Valadares, Manhumirim e Teófilo Otoni.
“Estamos tomando as medidas preventivas, especialmente nas áreas afetadas da zona rural. Também estamos em contato direto com as prefeituras das cidades do entorno. Acionamos a Defesa Civil para apoiar a vacinação para que todos os moradores destas regiões sejam imunizados. Todo o necessário está sendo feito e, com a ajuda de todos e conscientização da população, vamos superar este momento”, declarou o mandatário.
Os pacientes possivelmente afetados seriam da zona rural. Várias localidades registraram epizootias (morte de macacos). O primata pode se tornar um hospedeiro do vírus. Um mosquito, ao picá-lo, é infectado e pode contaminar o ser humano.
Por conta do surto de febre amarela, vacinas estão sendo aplicadas aos moradores das regiões com casos suspeitos. Em alguns casos, a demanda tem provocado falta de vacina, mas a SES-MG garantiu não haver falta do medicamento, e sim um ‘desabastecimento pontual’, por conta do limite para armazenamento em determinados municípios. A recomendação dos órgãos de saúde é de que a vacinação ocorra em todo o estado.
Os municípios mineiros com casos suspeitos são: Água Boa, Alpercata, Alvarenga, Caratinga, Entre Folhas, Frei Gaspar, Imbé de Minas, Inhapim, Ipanema, Ipatinga, Itambacuri, Itanhomi, Ladainha, Malacacheta, Novo Cruzeiro, Ouro Verde de Minas, Piedade de Caratinga, Poté, Santa Rita do Itueto, São Domingos das Dores, São Pedro do Suaçuí, São Sebastião do Maranhão, Setubinha, Simonésia, Teófilo Otoni e Ubaporanga.
Suspeita de febre amarela no Espírito Santo
Ante a possibilidade de a doença se espalhar para outras partes do país, o governo do Espírito Santo, no Sudeste do país, também vacinará moradores de 26 cidades que fazem divisa com Minas Gerais, como medida preventiva. A Secretaria de Estado de Saúde do Espírito Santo (Sesa) notificou o Ministério da Saúde sobre a suspeita de dois casos de febre amarela silvestre em Conceição do Castelo e São Roque do Canaã. A pedido das autoridades capixabas, o órgão federal pretende enviar 350 mil doses.
Outras 15 mil doses mensais foram requeridas, para serem aplicadas em turistas que chegam ao estado durante o período de férias. Atualmente, são enviadas cinco mil doses.
Há 50 anos, não são registrados casos de febre amarela no Espírito Santo, segundo as autoridades locais.
Os 26 municípios capixabas que receberão as doses são: Afonso Cláudio, Água Doce do Norte, Alto Rio Novo, Baixo Guandu, Barra de São Francisco, Brejetuba, Colatina, Conceição do Castelo, Divino de São Lourenço, Dores do Rio Preto, Ecoporanga, Governador Lindenberg, Guaçuí, Ibatiba, Ibitirama, Itaguaçu, Irupi, Iúna, Laranja da Terra, Mantenópolis, Montanha, Mucurici, Pancas, São Gabriel da Palha, São Roque do Canaã e Venda Nova do Imigrante.
A febre amarela no Brasil
O último caso de febre amarela registrado em áreas urbanas no Brasil pelo mosquito Aedes aegypti é datado de 1942 no Acre, na Região Norte do país.
Já os registros de febre amarela silvestre continuam. Em 2016, foram ao todo seis casos, sendo três deles em Goiás, dois em São Paulo e um no Amazonas.
E em 2015, foram nove casos: seis deles em Goiás, dois no Pará e um no Mato Grosso do Sul, com cinco mortes ao todo.
Métodos de prevenção
A prevenção sempre será o melhor remédio contra doenças provocadas pelo mosquito transmissor da febre amarela, o mesmo capaz de infectar com dengue, zika e chikungunya. A vacina é um deles. Para quem for viajar, por exemplo, deve tomar a dose por pelo menos 10 dias antes, para que o organismo seja capaz de criar anticorpos. A proteção tem duração de até 10 anos.
Recomenda-se também o uso de repelentes. Gestantes também podem usar repelentes com DEET na versão para adultos (15%), com até 6 horas de duração, e não a versão infantil, que tem apenas entre 6% e 9% e só protege por até duas horas, orientou a SES-MG.
Para quem for utilizar filtros solares e/ou maquiagem, o repelente deve ser o último produto a ser aplicado.
“Os inseticidas ‘naturais’ à base de citronela, andiroba e óleo de cravo, entre outros, não possuem comprovação de eficácia. Todos os produtos repelentes ditos como “naturais”, comumente comercializados como velas, odorizantes de ambientes, limpadores e os incensos, que indicam propriedades repelentes de insetos, não estão aprovados pela Anvisa”, alertou a Secretaria de Saúde de Minas Gerais.
Os métodos tradicionais incluem não deixar água parada em plantas, vasos, vasilhas, barris e não deixar caixas d’água e cisternas com a tampa aberta e piscinas abertas sem uso. São as orientações de sempre, mas que continuam a ser ignoradas por parte da população.
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