O cardápio servido a Dilma Rousseff

Terça-feira, 17 de março de 2015 Governante é alvo de novo mini panelaço Imagem: Divulgação Dilma Rousseff se 'especializou&...

Terça-feira, 17 de março de 2015

Governante é alvo de novo mini panelaço

Imagem: Divulgação

Dilma Rousseff se 'especializou' em culinária

A campanha de Dilma Rousseff tentou, durante a corrida eleitoral de 2014, vinculá-la como uma dona de casa, que adorava cozinhar. Depois disso, e atualmente, o que ela mais tem escutado é o som das panelas. Diferente do macarrão que preparou na ocasião (foto), e do omelete, em 2011, no programa Mais Você, da TV Globo, o cardápio servido a ela é protesto. Entre os ingredientes estão: o pedido para que seja deposta do cargo, o ódio ao Partido dos Trabalhadores (PT) e ao Foro de São Paulo e a indignação em relação à corrupção e à roubalheira na Petrobras. O sabor não é nada agradável… para ela.

Nessa segunda-feira (16/3), enquanto o 'Jornal Nacional', da TV Globo, exibia o discurso da mandatária, que comentava as manifestações registradas em várias partes do país, no último domingo (15), houve um novo mini panelaço. No Rio, em bairros como Copacabana, Jardim Botânico, Leme e Barra da Tijuca, além da cidade vizinha de Niterói. Em São Paulo, em bairros como Alphaville, Liberdade, Santa Cecília, entre outros, e na cidade de Santos, segundo o portal 'Uol'. O feito foi registrado também em Recife (PE), Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Porto Alegre (RS) e Londrina (PR).

Vídeo: cedido ao OPINÓLOGO

Morador de Copacabana, que prefere não ter nome citado, disse ao OPINÓLOGO que ficou surpreso com o novo panelaço

“Ontem quando vi como ocorreu na sexta, centenas de milhares de cidadãos se manifestando nas ruas, não pude deixar de pensar e tenho certeza que muitos concordam comigo: valeu a pena lutar pela liberdade, pela democracia, esse país está mais forte que nunca”, comentou Rousseff, em referência aos manifestos de domingo (15) contra ela e o a favor, do último dia 13 de março, este promovido pela Central Única dos Trabalhadores (CUT).

Vídeo: Palácio do Planalto / YouTube/ Reprodução

Vale lembrar que durante pronunciamento pelo Dia Internacional da Mulher, em 8 de março, a chefe de Estado tinha provado da mesma refeição. O feito acabou ofuscando o conteúdo de sua fala: o pedido de 'paciência' aos brasileiros perante a crise econômica, a roubalheira na Petrobras, o aumento de impostos, que considerava 'injustas' as críticas que estava recebendo, a mudança em leis trabalhistas – foi quando a vaca 'tossiu' –, entre outras coisas.

Mesmo sem ter lido ainda os pedidos de impeachment contra a líder sul-americana, o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse, nessa segunda-feira (16), que não daria prosseguimento. “Dilma foi eleita numa eleição legítima”, sustentou, ao considerar 'ilegal' e 'inconstitucional' uma ação em prol disso.

O parlamentar também disse compreender o fato de eleitores, que votaram nela, estarem 'arrependidos', mas que o caminho de resolver um problema não seria o impeachment. No entanto, engana-se, ou se faz, ao pensar que, os que protestam são eleitores desiludidos. É preciso ser prático em reconhecer que não são eleitores de Dilma Rousseff. Quem votou nela é incapaz, sem generalizar, de reconhecer um suposto erro por alguns simples motivos: em sua consciência travam uma batalha contra a 'elite branca', a burguesia, o capitalismo, o imperialismo etc., quando, no fundo, não se dão conta de que estão apenas lutando contra a própria consciência, para não enxergar a realidade e a continuar vivendo o mito de que o socialismo seria o melhor para o Brasil, apesar de todas as más evidências constadas em países como Venezuela, Cuba, Coreia do Norte, China, entre outros.

Se por um lado, Cunha reconhece a legitimidade do processo eleitoral e respeita os 54 milhões de eleitores que votaram em Rousseff, por outro demonstra falta aos eleitores opositores, ainda mais quando adiantou algo que sequer chegou a examinar.

Não é novidade para ninguém, que a crise econômica é apenas uma das desculpas usadas para pedirem seu impeachment. O medo tácito que ainda persiste é de que o Brasil fique na mesma merda que está a Venezuela, ainda mais com a inflação anual acima dos 60% lá e das supostas violações de direitos humanos. Se de fato não houvesse a intenção de fazer do país como tal, e se Dilma Rousseff deixasse isso bem claro, falando abertamente e com honestidade, talvez diminuísse 50% de seus problemas. A oposição que ela o Partido dos Trabalhadores (PT) criaram, luta contra essa subversão de valores. Mas, como diz aquele velho ditado: 'quem cala, consente'.

Enquanto Dilma Rousseff continuar com sua atitude de não encarar o problema de frente – colocando dois ministros para falar em seu lugar –, ou quando dá as caras, sai pela tangente e/ou cria para si uma nova realidade, continuará jantando vaias e protestos.

No último fim de semana, os ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo, e da Secretaria-Geral da Presidência da República, Miguel Rosseto, abordaram as recentes manifestações e enfatizaram o caráter democráticos das mesmas.

Dilma Rousseff conseguiu 'cozinhar' os eleitores em banho-maria ao não revelar antes as situações que o país estava passando. Comprometeria sua reeleição. Apesar de ser tão boa cozinheira como seu programa eleitoral exaltou, tem se mostrado uma péssima governanta, incapaz de deixar a casa em ordem.