Uerj: uma 'quinta-feira violenta'

Sexta-feira, 29 de maio de 2015 É o segundo ato de vandalismo em menos de um mês na IES Imagem: Uerj da Depressão / Facebook / Repr...

Sexta-feira, 29 de maio de 2015

É o segundo ato de vandalismo em menos de um mês na IES

Imagem: Uerj da Depressão / Facebook / Reprodução

Mais um dia de 'depressão'

Não houve uma 'sexta-feira violenta', como previa o reitor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Ricardo Vieralves. E sim, pela segunda vez, uma nova 'quinta-feira violenta', ocorrida na noite de ontem (28/5).

A vidraça (foto 1) da instituição de ensino superior (IES) foi depredada como resposta aos seguranças que não permitiram que um grupo de pessoas adentrasse no local, quando fugia de confrontos com policiais militares. Ainda não está claro se eram estudantes ou não. Jatos d'água foram utilizados para afastar a multidão que estava no pátio (vídeo 1). Do lado de fora acontecia um protesto contra a remoção de moradores da 'Favela do Metrô', nas proximidades do Maracanã, com direito a bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral. Ao que parece, discentes que promoviam uma manifestação para pedir melhorias no Centro Biomédico teriam se juntado em apoio à causa dos habitantes da comunidade, o que acabou engarrafando o trânsito na Avenida Radial Oeste e causando muito tumulto.

Vídeo: Uerj da Depressão / Reprodução

Vale lembrar que o dirigente universitário chegou a suspender as aulas da sexta-feira passada (22), com receio de que confrontos entre alunos e seguranças da instituição de ensino superior (IES) se repetissem. Uma tentativa de ocupação da reitoria estaria sendo organizada pelas redes sociais, justificou. Como se sabe, no passado dia 14 deste mês, cinco funcionários resultaram feridos, e houve depredação do patrimônio público, durante tentativa de invasão às dependências da reitoria. Talvez estivessem tentando competir com seus homólogos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) que, pacificamente, lograram ocupar a sede administrativa desta respectiva instituição na mesma semana.

“Esta Instituição não experimentará mais cenas de barbárie e violência. Por isto, determinei que amanhã a Uerj não será aberta, e todas as atividades estão suspensas. Não haverá 'sexta-feira violenta'”, garantiu Vieralves.

Vândalos não precisam de desculpas para justificar seus atos. Buscam no oportunismo para agirem com patrimonialismo. No dia 14, os protestos que resultaram em baixaria tiveram como alegação a imundície que tomava conta de salas, corredores e banheiros do prédio, por conta da paralisação das atividades dos funcionários da limpeza. Estes, que são terceirizados e estavam no seu devido direito, cruzaram os braços, por estar com salários atrasados. Segundo o reitor, os pagamentos são competência da Secretaria de Estado de Fazenda, e não da Uerj.

Imagem: Uerj da Depressão / Facebook / Reprodução

Durante o protesto contra a remoção
na 'Favela do Metrô'

Já os atos de ontem (28) foram bastante confusos e sem motivos aparentemente lógicos. Note-se que não valeu de nada o reitor ter suspendido as aulas na semana passada. Significou apenas um dia a menos de aula diante de tantos feriados neste 2015. Pois, como já disse OPINÓLOGO, para vândalos, qualquer dia é dia, não importa se é uma sexta-feira, ou quinta-feira, ou quarta-feira…

Não seria nenhuma surpresa se os alunos responsabilizassem o reitor pelo incidente dessa quinta-feira (28) e exigissem sua renúncia.

É preciso deixar claro que o direito à manifestação é garantido pela Constituição. No entanto, a forma como é feita pode fazer toda a diferença e ter consequências negativas. Para cada ação existe uma reação. Essa terceira Lei de Newton se aprende lá pela sexta ou sétima série do antigo Ensino Fundamental.

Nas redes sociais, uma estudante do 8º período de Geografia, identificada apenas como Amanda, criticou a ação policial (vídeo 2).

Vídeo: Sabrina Macedo / YouTube / Reprodução

Sobre a 'Favela do Metrô': pela manhã, a Secretaria Municipal de Ordem Pública (Seop) – vinculada à Prefeitura do Rio de Janeiro – demoliu alguns prédios, porque os imóveis eram considerados irregulares.

Mais cedo, o Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Uerj rechaçou uma postagem publicada no portal da União Nacional dos Estudantes (UNE) a respeito de uma suposta greve estudantil que os universitários fluminenses pretendem fazer, devido ao atraso nos pagamentos de bolsas de estudos e aos terceirizados. A entidade ligada ao Partido Comunista do Brasil (PCdoB) já deletou o texto, no qual afirmava que 'a paralisação da Uerj faz parte da Semana Nacional de Luta pela Educação, proposta pela União Nacional dos Estudantes'.

“(…) Além de distorcer as informações, passadas por nossa Diretora de Relações Institucionais, Natália Trindade, a UNE divulgou um conjunto de opiniões que não expressam o pensamento do DCE Uerj, criando certa inconformidade no movimento estudantil da universidade.

Vale informar que o DCE Uerj em momento algum relatou que o calendário de lutas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro está vinculado à União Nacional dos Estudantes, visto que, alguns estudantes não participam da UNE ou fazem oposição a atual gestão. Temos consciência de que os discentes da Uerj têm autonomia para tocar suas pautas e que essas não estão necessariamente em conjunto com a UNE (…)” sustentou o diretório.

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