Enem 2014: redações nota zero refletem a qualidade da educação brasileira

Quarta-feira, 14 de janeiro de 2015 Inscrições para o Sisu começam dia 19 de janeiro. As para o Prouni, na semana seguinte. Imagem...

Quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Inscrições para o Sisu começam dia 19 de janeiro. As para o Prouni, na semana seguinte.

Imagem: Free Images / Uso gratuito

Ilustração

529.374 candidatos ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2014 zeraram a redação. Isso representa 8,5% do total de 6.193.565 estudantes que participaram pelo menos em algum dos dois dias de prova, em novembro passado. Redações em branco também foram incluídas na conta. O tema foi 'Publicidade Infantil em questão no Brasil'.

Não há detalhes se o zero foi atribuído a erros de português ou à falta de conhecimento no assunto. Contudo, não se pode negar que isso reflete a qualidade da educação brasileira. Não é preciso ser especialista para observar. “O tema da redação de 2013 foi muito debatido, muito popularizado. Era o tema da Lei Seca. Já em 2014, o tema foi publicidade infantil. Creio que esse tenha sido um dos fatores na redução da nota média das redações”, sinalizou o ministro da Educação, Cid Gomes.

Ao que parece, os corretores tiveram maior cuidado na correção, a fim de evitar as gafes de 2012, cujas redações com receita de miojo e hino do Palmeiras, totalmente fora de contexto, não foram anuladas.

Antes de continuar, é preciso chamar atenção para o número de inscritos, que ultrapassou 8,7 milhões. Pelo menos 2,5 milhões não teriam comparecido às avaliações.

250 redações obtiveram a nota máxima, que é mil, enquanto que outras 35.719, notas entre 901 e 999, segundo o Ministério da Educação (MEC).

2,7 milhões de redações foram encaminhadas a um terceiro corretor, quando há diferença de notas entre dois avaliadores, e outras 283.746 tiveram que ser analisadas por especialistas.

Considerando que a nota máxima é mil nas provas objetivas, as médias dos participantes foram: 473,5 em Matemática; 482,2 em Ciências da Natureza; 507,9 em Linguagens e Códigos; e 546,5 em Ciências Humanas.

Dos 631.071 candidatos ao certificado de Ensino Médio, apenas 67.254, isto é, 10,7%, cumpriram os requisitos mínimos para a obtenção do mesmo.

Do total de participantes, 3,3 milhões se declararam egressos do Ensino Médio, o antigo 2º Grau. Outros 1,5 milhão de candidatos estariam terminando o Ensino Médio em 2014. Enquanto que outros 1,5 milhão sequer haviam concluído a Educação Básica.

Notas do Enem 2014 disponíveis para consulta

A propósito: a consulta às notas individuais do Enem 2014 foi liberada na noite de ontem (13/1). As mesmas poderão ser utilizadas para o Sistema de Seleção Unificada (Sisu), o Programa Universidade para Todos (Prouni) e o Ciências sem Fronteiras, por exemplo. Há pelo menos duas exigências para a participação em tais programas: ter feito o exame no ano passado, e não ter zerado a redação.

O MEC já liberou a consulta das 128 instituições de ensino superior (IES) públicas, que vão aderir ao Sisu com seus 5.361 cursos. Serão oferecidas 205.514 vagas. A inscrição vai do dia 19 de janeiro até as 23h59 do dia 22 do mesmo mês, baseado no horário de Brasília, que atualmente encontra-se em horário de verão. O candidato precisa ficar atento à nota de corte de cada curso e/ou IES, que é divulgada diariamente, para não desperdiçar a inscrição em graduação que esteja acima da nota que tirou.

Quanto ao Prouni, a previsão é que as inscrições se iniciem no próximo dia 26 de janeiro e terminem no dia 29 do mesmo mês, às 23h59, pelo horário de Brasília.

Brasil no ranking mundial da educação

Apesar de o Brasil ser a sétima potencial, convive com o paradoxo da má qualidade na educação. Dados do Escritório das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), divulgados pela 'Folha de São Paulo', no início de 2014, mostravam que o país era o oitavo em número de analfabetos adultos.

Em 2013, numa avaliação de 65 países, a nação sul-americana ficou na 58ª posição no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), noticiou a 'EBC'.

Relatório da Unesco, de 2011, colocava o Brasil na 88ª posição em educação, por exemplo. Outros índices reforçam a questão e podem ser pesquisados na internet.

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