Rio e Baixada Fluminense ficarão sem água por 24 na próxima quarta-feira

Sexta-feira, 14 de novembro de 2014 Informação atualizada em 17/11/2014, às 8h18 Fornecimento será interrompido para manutenção na Esta...

Sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Informação atualizada em 17/11/2014, às 8h18

Fornecimento será interrompido para manutenção na Estação de Tratamento do Guandu

Imagem: Divulgação

Ilustração de um desperdício de água

A Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) alterou a data de suspensão do fornecimento de água para o Rio e municípios da Baixada Fluminense. Em vez de terça-feira (18/11), será na quarta-feira (19), de acordo com o jornal 'O Dia'. O serviço será interrompido por até 24 horas para uma manutenção preventiva na Estação de Tratamento de Água (ETA) do Guandu – responsável pela distribuição nas áreas supracitadas –, para prepará-la para o consumo durante o verão.

“Técnicos da Cedae farão uma vistoria minuciosa nos reservatórios e canais de água filtrada da estação de tratamento e nas adutoras e elevatórias que compõem o sistema do Guandu. O trabalho envolve cerca de três mil pessoas em diversos pontos da região metropolitana”, informou a concessionária.

A normalização do abastecimento poderá levar até 72 horas para localidades mais altas ou consideradas pontas de sistema, isto é, fim de linha, após o fim do serviço.

A nova data é para coincidir com a interligação de uma adutora para oferecer mais água a Barra da Tijuca, Jacarepaguá e Recreio. Desse modo, evitando uma nova suspensão no serviço durante o verão.

Um esquema especial, não detalhado, foi montado pela empresa, por meio de carros-pipa, para garantir o abastecimento a hospitais e órgãos cujo atendimento é considerado essencial.

Nesse domingo (16), a informação sobre a suspensão do serviço não estava mais no site da companhia.

Na última quarta-feira (12), a Cedae realizou uma manutenção similar na Estação de Tratamento de Água do Sistema Imunana-Laranjal, cortando o fornecimento para Niterói, São Gonçalo, Itaboraí e Ilha de Paqueta (no Rio).

A manutenção pré-verão já é uma prática da companhia. A deste ano coincide com o receio tácito de um possível desabastecimento em cidades fluminenses por escassez de água, devido a falta de chuvas na região.

O rio Paraíba do Sul

No próximo dia 20 de novembro, o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF) fará uma audiência com representantes dos governos do Rio de Janeiro, de São Paulo e Minas Gerais, ademais da Agência Nacional de Águas (ANA) e do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) e da Procuradoria-Geral da República. Pois, o Ministério Público Federal em Campos dos Goytacazes (MPF-RJ) ajuizou uma ação civil pública contra a transposição do Rio Paraíba do Sul, para que São Paulo possa retirar água dessa bacia para abastecer o sistema Cantareira, tendo em vista a crise que os paulistas enfrentam com falta d'água há alguns meses.

Em setembro passado, a ANA havia autorizado a redução no volume d'água na bacia do Paraíba do Sul para o Rio de Janeiro, de 190 m³ por segundo para 160 m³ por segundo. “O acordo é uma artimanha para mascarar a transposição do rio Paraíba do Sul, que já vem ocorrendo, pois com a desculpa de impacto local, São Paulo já está desviando água da bacia hidrográfica e afetando a quantidade de água que chega ao Rio de Janeiro e região metropolitana, bem como o Norte Fluminense. Na prática, com a resolução, é como se tivessem dado autorização para a transposição sem as formalidades legais e estudos técnicos. Queremos, portanto, a nulidade do acordo e que volte a vazão anterior, devolvendo a mesma quantidade de água para o Rio de Janeiro”, declarou o procurador Eduardo Santos de Oliveira, autor da ação.

Ainda em setembro, o MPF-RJ alertou para a falta d'água em alguns municípios fluminenses, como São João da Barra, no Norte Fluminense, e pediu a decretação de estado de calamidade pública.

O rio Paraíba do Sul nasce em SP, e fornece água para os estados do RJ e de MG, tendo sua foz em São João da Barra, cidade vizinha a Campos dos Goytacazes.

Por falar em problema d'água, outra ação civil pública do MPF-RJ em Campos dos Goytacazes resultou na decisão favorável, nessa quarta-feira (12), com a proibição de despejo de esgoto sem tratamento no rio supramencionado por parte da Prefeitura de Itaocara e da Cedae. Em caso de descumprimento, a multa será de R$ 1 mil por dia.

“Tanto o município de Itaocara quanto a Cedae, embora tentem esquivar-se da obrigação, possuem responsabilidade objetiva e solidária pelos danos ambientais causados pelo lançamento de efluentes sanitários, sem tratamento, no rio Paraíba do Sul”, afirmou o procurador Eduardo Santos de Oliveira.

Recentemente, o MPF-RJ lançou uma campanha de conscientização chamada 'No Fluxo da Vida: cada gota conta', em defesa da bacia do Paraíba do Sul.